O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Partido dos Trabalhadores) tem trabalhado para reverter os estragos causados pela gestão federal anterior. Ocupa-se de dialogar com inúmeros líderes estrangeiros para mostrar que o Brasil voltou a ter um governo responsável, pacífico, democrático e republicano em todos os aspectos. Além disso, tem dialogado com opositores tanto do executivo (prefeitos e governadores) quanto do legislativo (deputados federais e senadores).
Lula talvez não imaginasse que a imprensa brasileira, tão atacada, inclusive fisicamente, pela gestão anterior, seria tão mesquinha a ponto de fazer críticas injustas e desproporcionais a ele mesmo e ao seu governo com um todo.
À guisa de exemplo: a Folha de São Paulo, que sempre foi contida com o ex-presidente, a quem demorou de se referir como sendo de extrema-direita, contribuiu para a normalização de comportamentos reprováveis e repugnantes do ex-mandatário, de seus asseclas e de parte considerável de seus eleitores, que, ao longo dos últimos 5 anos, vêm perturbando o país.
Em resumo, a Folha alega que Lula tem dado muitas declarações despropositadas. O mais recente despropósito, de acordo com o último editorial da Folha (de 28/10/2023), foi o presidente afirmar que “sua gestão não chegará à meta de déficit primário zero em 2024 (…) pois não haverá cortes ‘em investimentos e obras’”.
Para reforçar o total descolamento com a realidade e o desconhecimento da situação do Brasil e de seu povo, a Folha cita como exemplo de despropósito a seguinte frase proferida pelo presidente Lula: “o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que eles sabem que não vai ser cumprida”.
Trata-se de uma demonstração cristalina do chilique da classe A+ tupiniquim. Afirmar que a meta de déficit zero não será cumprida e que não haverá cortes em investimentos e obras não significa desconhecimento do problema por parte do presidente. É rigorosamente o contrário: por ter consciência dos problemas do Brasil e da vulnerabilidade em que se encontra parcela considerável da população brasileira é que o presidente Lula faz esse tipo de declaração.
Enquanto isso, os grandes empresários e os conglomerados de comunicação, indiferentes ao destino do país e certamente despreocupados com os menos favorecidos, têm combatido as medidas do governo que visam aumentar as receitas dos cofres públicos.
Colocam, ou pretendem colocar, na conta federal a culpa pelo desarranjo em que ainda estão, por mais esforços que o atual governo esteja fazendo, as contas públicas. Fingem esquecer os sete anos anteriores, período em que sistematicamente contribuíram com a pavimentação de um soft coup e com a ascensão de um líder que representa o (neo)fascismo.
O editorialista da Folha parece se comportar como uma criança birrenta que foi derrotada em uma partida de Fifa e perdeu a sua vez. Como resposta, ele tira videogame da tomada, para que ninguém mais possa jogar. Ademais, mesmo supostamente lidando diariamente com notícias, ainda não parece ter familiaridade com a realidade do país em que vive. Um país cujos principais jornais, há não muito tempo, noticiaram haver pessoas revirando lixos em busca de comida.
De fato, fazer com que cidadãos nascidos em berço de ouro se importem com quem não tem emprego, casa ou segurança alimentar talvez seja pedir demais. Mas, quando esse alguém é o editorialista de um dos principais jornais de um país, temos um grande problema.
Que fique claro: a Folha não está cumprindo o seu próprio moto, que diz estar “a serviço do Brasil”. Na verdade, ela está sabotando o país. E isso, além de danoso, é incompreensível.
*Existem, no texto, algumas passagens exatamente iguais à do editorial da Folha. Não se trata de plágio, obviamente, mas de galhofa.